O que é exame com contraste e como ele age no corpo?

Embora a morte de uma psicóloga devido ao exame tenha aumentado a preocupação sobre os riscos do uso do contraste, especialistas afirmam que o procedimento é seguro e que as reações adversas são bastante raras. Entenda mais a seguir.

O que é um exame contrastado?

Um exame contrastado é um tipo de exame de imagem que utiliza substâncias contrastantes para realçar a visualização de estruturas específicas do corpo, facilitando o diagnóstico de diversas condições médicas.

Ao serem introduzidas no corpo, essas substâncias ajudam a destacar regiões específicas, proporcionando imagens mais nítidas e detalhadas.

Para que serve o exame com contraste?

O exame com contraste é uma ferramenta diagnóstica essencial utilizada pelos médicos para obter informações detalhadas sobre a estrutura e funcionamento de órgãos e tecidos internos do corpo humano.

Esses exames são particularmente úteis quando as imagens obtidas por métodos convencionais não são suficientemente claras ou informativas. Algumas aplicações são:

• identificação e avaliação de tumores: o contraste ajuda a realçar a presença de massas anormais, permitindo um diagnóstico mais preciso e um acompanhamento mais eficaz do tratamento;
• estudo do sistema vascular: os exames com contraste são frequentemente utilizados para detectar e avaliar doenças vasculares, como aneurismas, estenoses e oclusões, auxiliando na identificação de áreas com fluxo sanguíneo comprometido;
• avaliação de órgãos internos: o uso de contraste pode revelar detalhes sobre o tamanho, forma e funcionamento de órgãos como fígado, pâncreas, rins e bexiga, facilitando o diagnóstico de doenças e disfunções;
• análise do trato gastrointestinal: exames contrastados, como o trânsito intestinal ou a enterografia por tomografia computadorizada, auxiliam na investigação de condições gastrointestinais como doença inflamatória intestinal, obstruções e malformações;
• avaliação de lesões ósseas e articulações: o contraste pode ser útil para identificar lesões ou alterações em ossos e articulações, como fraturas, infecções e processos inflamatórios.

Como é feita a aplicação do contraste?

Geralmente, o contraste se administra por via intravenosa, mas em alguns casos pode ser por via oral, retal ou diretamente no local do exame.

Durante a administração intravenosa, uma agulha é inserida em uma veia do braço ou da mão e o contraste entra lentamente através da agulha.

É importante seguir as instruções do profissional de saúde responsável pelo exame, como manter o braço imóvel e informar se sentir algum desconforto durante a aplicação.

Em alguns casos, o profissional de saúde pode usar um cateter para administrar o contraste, especialmente em exames mais longos ou em pacientes que precisam de múltiplas injeções de contraste.

Como o contraste age no organismo?

De maneira direta: ao entrar em contato com a área que será diagnosticada, a substância bloqueia a passagem dos raios-x. Isso faz com que os vasos e órgãos mudam sua aparência temporariamente, otimizando a qualidade das imagens.

Quais são os exames com contraste mais comuns?

Existem vários tipos de exames com contraste, mas alguns são mais comuns do que outros. Abaixo, listamos os principais:

• tomografia computadorizada (TC): é um exame que utiliza raios-x para produzir imagens detalhadas do corpo. O contraste serve para destacar as estruturas que estão sendo examinadas, tornando o diagnóstico mais preciso;
• ressonância magnética (RM): ele utiliza um campo magnético e ondas de rádio para produzir imagens do corpo. O contraste é utilizado para realçar áreas específicas, tornando as imagens mais nítidas;
• angiografia: avalia as artérias e veias do corpo. O contraste é injetado diretamente na circulação sanguínea para destacar as estruturas vasculares;
• estudo do trato gastrointestinal (GI): esse avalia o trato gastrointestinal, incluindo o esôfago, estômago e intestino. O contraste é ingerido pelo paciente ou injetado diretamente no trato gastrointestinal.

Tipos de contraste

Os tipos de contraste podem ser:

• baritados, usados em raios X e tomografia computadorizada;
• iodados, adotados em raios X, tomografia computadorizada e intervenção;
• paramagnéticos, para ressonância magnética, e microbolhas, em ultrassonografia.

Os meios de contraste são utilizados para fornecer uma avaliação anatômica e funcional de órgãos e estruturas do corpo, bem como realçar a vascularização e a composição de possíveis lesões.

A aplicação conta com indicações específicas e diferenciadas, conforme suspeita clínica ou diagnóstico conhecido. A administração do contraste deve ser realizada sob supervisão médica, seguindo critérios de segurança.

A indicação, posologia e prescrição de contrastes devem ser feitas por médico radiologista, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Segundo o CFM, o radiologista deve estar no espaço físico do serviço durante todo o tempo do exame com contraste e acessível no caso de intercorrências que requeiram atendimento presencial.

O médico responsável pelo pedido do exame deve fornecer na requisição os dados clínicos relevantes e diagnósticos conhecidos, além de histórico de exames anteriores e possíveis intercorrências com contrastes.

O exame com contraste é perigoso? Veja os possíveis efeitos colaterais

Assim como qualquer procedimento médico, existem possíveis efeitos colaterais no contraste para exame que devem ser considerados.

Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, vômitos, coceira e urticária. Em casos mais graves, pode ocorrer uma reação alérgica mais séria, que pode incluir dificuldade para respirar, inchaço do rosto, lábios ou garganta e queda da pressão arterial.

Porém, é importante destacar que a incidência desses efeitos colaterais é relativamente baixa, e a maioria das pessoas submetidas ao exame com contraste não experimenta nenhum tipo de reação adversa.

De qualquer forma, é essencial informar o seu médico caso apresente quaisquer sintomas incomuns após o procedimento.

“O óbito é muito raro, mas infelizmente pode acontecer. Toda vez que acontece isso gera toda essa preocupação”, afirma o médico radiologista Cesar Higa Nomura, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.

O médico do Sírio-Libanês também afirma que a maior parte dos efeitos adversos são leves. “A imensa maioria das reações ao contraste são leves, existem as moderadas e as graves.”

“A reação por contraste é muito rara. Os casos de reações mais graves acontecem a cada 10 mil injeções. A maioria dos casos graves se consegue reverter e resolver com atendimento adequado.”

“Uma coisa que é importante frisar é que existe um questionário que é feito antes de todos os exames. Por isso, é importante responder adequadamente ao questionário que pode ajudar a saber se aquele paciente tem muita alergia”, afirma.

Quanto tempo leva o efeito do contraste?

No geral, o efeito do contraste para exame dura 2 horas, sendo eliminado do corpo principalmente pelos rins, por meio da urina.

Como se preparar para o exame?

Para que o procedimento ocorra de forma adequada e segura, é necessário que o paciente se prepare adequadamente para o exame, de acordo com as orientações médicas.

Algumas recomendações para se preparar para um exame com contraste podem ser:

• seguir as instruções do sobre o jejum alimentar antes do exame;
• usar roupas confortáveis e evitar joias ou outros acessórios durante o exame;
• suspender medicamentos que possam interferir no exame;
• evitar substâncias que possam produzir gases intestinais.

Ao segui-las, você estará contribuindo para um exame mais seguro e eficaz. Lembre-se de tirar todas as suas dúvidas com o médico antes do procedimento e seguir suas orientações com atenção.

Resumindo o que vimos até aqui:

• O exame com contraste é aquele que faz uso de substâncias contrastantes para realçar a visualização de um órgão ou parte do corpo nas imagens;
• Ele pode servir para avaliar tumores, fazer estudos do trato gastrointestinal e observar lesões ósseas, por exemplo;
• Os tipos de contraste podem ser baritados, usados em raios X e tomografia computadorizada; iodados, adotados em raios X, tomografia computadorizada e intervenção ou paramagnéticos, para ressonância magnéticas e ultrassonografia;
• Alguns dos efeitos colaterais podem ser náuseas, vômitos, coceira e urticária;
• A substância fica no corpo durante 2 horas, em média.