Primeiros Socorros
Picada de Escorpião: Saiba Como Agir
A picada de escorpião é um dos tipos de acidente chamados acidentes ofídicos e compreende aqueles causados pelas diversas espécies de escorpiões existentes em nosso país.
No Brasil, trata-se do acidente ofídico mais comum, em termos de números absolutos, mesmo que não sejam os que causam mais óbitos, o que ocorre com os acidentes com serpentes.
ACIDENTE ESCORPIONICO E PICADA DE ESCORPIÃO
O termo escorpionismo engloba o acidente causado pelos escorpiões, animais vertebrados da família dos aracnídeos. Eles possuem um ferrão, chamado télson, através do qual inoculam a peçonha na vítima.
São muito comuns em rurais e cada vez mais comum nos ambientes urbanos, com ampla disseminação em grandes cidades, onde se adaptam facilmente. Também são favorecidos pelo clima da região, sendo o calor e umidade facilitadores da reprodução dos escorpiões.
QUAIS AS ESPÉCIES DE ESCORPIÕES DE INTERESSE MÉDICO?
Temos dezenas de espécies e subespécies de escorpiões no Brasil. No entanto, apenas umas poucas, mais especificamente quatro, são de interesse médico – justamente pelo potencial de gravidade das lesões. São eles:
- Tityus serrulatus: é o mais importante por duas razões: 1) está presente em todo o território nacional e 2) o veneno pode causar complicações mais graves. É popularmente como escorpião-amarelo.
- Tityus obscurus: também merece atenção, especialmente em sua região endêmica, a Amazônia. Seu veneno tem potencial de causar óbito em algumas situações.
- Tityus stigmurus: o escorpião-amarelo-do-nordeste, como o nome diz, é mais presente na região Nordeste do país, sendo responsável por diversos acidentes nesta região.
- Tityus bahiensis: também comum em mais de uma região do país, sobretudo região central do Brasil.
O QUE FAZER DIANTE DA SUSPEITA DE PICADA DE ESCORPIÃO?
Ir ao hospital. Essa é a resposta mais simples e direta possível, mas podemos destrinchar isso melhor. Acontece que o acidente escorpiônico pode provocar sintomas locais e sintomas sistêmicos, ou seja, para além do local da picada.
Pode ser que no momento do acidente a pessoa sinta “apenas” a dor intensa da picada, dolorimento, vermelhidão, inchaço local etc. Acontece que isso pode ser uma armadilha, expliquemos!
Os sintomas sistêmicos citado podem durar algumas horas para surgir e podem ser muito graves. São listados, por exemplo, arritmias cardíacas, edema agudo de pulmão e a síndrome de “choque”, que pode evoluir para falência de múltiplos órgãos sem o tratamento adequado.
E aqui vão dois adendos especiais:
- Quando o acidente envolver crianças, os cuidados devem ser redobrados, pois esses sintomas sistêmicos podem ser mais precoces e graves;
- Mesmo que você não tenha visto o momento da picada, se sentir esses sintomas (especialmente lembrar de uma picada, pontada ou dor local aguda) e estivesse em um local sabidamente com escorpiões ou com risco de tê-los, deve-se presumir que foi um acidente escorpiônico.
O tratamento, que envolve medidas de suporte geral, medicamentos para controle de dor e administração do soro antiescorpiônico associado ou não ao soro anti-aracnídeo, deve ser realizado em hospital.
O médico vai avaliar, caso a caso, se há necessidade de transferência do paciente ou de outros cuidados especiais.
E um último recado, mas não menos importante: nunca tente matar/pegar/prender o animal que causou o acidente. Se possível, pode tirar fotografias, desde que não se coloque ou coloque outra pessoa em perigo. Aqui, o mais importante é o cuidado adequado em ambiente hospitalar.
REFERÊNCIAS
CABRAL, L. A. S. Um panorama dos acidentes por animais peçonhentos em Pernambuco. Revista FT, s/v, s/n, 2023.
MARTINS, K. P. et al. Escorpionismo: Revisão de Literatura. Revista Científica Unilago, v. 1, n. 1, 2018.
Ministério da Saúde. Acidentes por Escorpiões (2024). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos/acidentes-por-escorpioes. Acesso em: 30 mai 2024.
Leia mais conteúdos como este: saaudee.com
Se você gosta de estar com as informações sempre atualizadas fique com a gente!
-
Abril6 meses atrás
Cordel: “02/04 – Teia de Cores do Autismo”
-
Paródias da Semana5 meses atrás
A paródia “Dengue”: Uma ferramenta divertida de conscientização!
-
Transtornos Neurológicos5 meses atrás
Tecnologia e inovação no tratamento de transtornos neurológicos
-
Maio5 meses atrás
Cordel: “Maio Amarelo – Ato Pela Vida no Trânsito”
-
Extras3 meses atrás
Gravidez na adolescência: Os riscos e os cuidados
-
Março6 meses atrás
Cordel: “31/03 – A Dança da Saúde e da Nutrição”
-
Paródias da Semana6 meses atrás
Descobrindo a “paródia alimentação saudável”
-
Extras6 meses atrás
Autismo: A importância da conscientização