Mulheres Têm Mais Chance de Ter Ansiedade Após Parada Cardíaca, Diz Estudo

Uma nova pesquisa indica que os cuidados após uma parada cardíaca devem incluir atenção à saúde mental, especialmente para as mulheres. O estudo, publicado na revista Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes, revela que as mulheres são mais propensas do que os homens a receber medicação para tratar ansiedade ou depressão nos cinco anos seguintes a uma parada cardíaca fora do hospital (OHCA).

Resultados da Pesquisa

Os pesquisadores analisaram dados de 259 mulheres e 996 homens nos Países Baixos que sobreviveram pelo menos 30 dias após uma parada cardíaca entre 2009 e 2015. Eles compararam a saúde mental desses pacientes com a população em geral. Robin Smits.

A primeira autora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado no Amsterdam University Medical Center, afirmou que as mulheres que sobreviveram a uma OHCA apresentaram uma maior incidência de prescrição de medicamentos para ansiedade ou depressão em comparação com a população feminina em geral.

“Recomendamos o monitoramento do bem-estar social e mental em indivíduos que sobreviveram a uma OHCA, não apenas diretamente após o evento, mas também a longo prazo”, disse Smits. “Isso parece particularmente relevante para as mulheres, mas provavelmente também beneficiará os homens.”

Conexão Entre Saúde Mental e Cardíaca

Andrew Freeman, diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar no National Jewish Health em Denver, destaca a estreita ligação entre a saúde mental e a saúde cardíaca. Embora não tenha participado do estudo, Freeman observa que uma em cada cinco pessoas hospitalizadas por ataque cardíaco ou dor no peito desenvolve depressão grave, uma taxa quatro vezes maior que na população geral. A mesma tendência é observada entre sobreviventes de AVC e aqueles que passam por cirurgias cardíacas.

“A saúde mental e o estresse pioram e tornam mais frequentes os eventos cardíacos, e sabemos que os eventos cardíacos pioram a saúde mental”, afirmou Freeman.

Importância do Apoio Continuado

Este estudo sublinha a importância de monitorar a saúde mental de sobreviventes de paradas cardíacas, especialmente as mulheres. Freeman sugere que familiares e profissionais de saúde devem acompanhar de perto esses indivíduos para garantir que recebam o suporte necessário.

“Há uma estratégia que devemos adotar de forma mais proativa após uma parada cardíaca, para garantir que estejam de volta aos trilhos e compreendam que são sobreviventes incríveis”, diz Freeman.

Mesmo que o médico de acompanhamento não seja um psiquiatra, é importante manter uma linha aberta de comunicação sobre o bem-estar emocional, permitindo encaminhamentos adequados a profissionais de saúde mental.

Estratégias para Melhorar a Saúde Mental

Felizmente, existem várias estratégias eficazes para gerenciar a saúde mental. Estudos mostram que a terapia cognitivo-comportamental, exercícios regulares e um sono adequado são ferramentas valiosas para melhorar o bem-estar emocional.

“Como médicos, devemos ajudar as pessoas a evitar ou tratar esses problemas à medida que surgem ou mesmo antes que surjam”, conclui Freeman.

Se você ou alguém que você conhece está lutando com a saúde mental, o Centro de Valorização da Vida (CVV) está disponível 24 horas pelo telefone 188 ou pelo e-mail: [email protected].

Adaptado de CNN Brasil

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