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Transtornos Neurológicos

O químico invisível no ar que pode aumentar o risco de Parkinson: estudo alerta para a importância do controle ambiental

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saaudee.com - imagem.freepik

Um novo estudo da American Academy of Neurology acendeu um alerta sobre a relação entre poluição industrial e o risco de doença de Parkinson.
Pesquisadores descobriram que a exposição prolongada ao tricloroetileno (TCE), um solvente usado em processos industriais, está associada a um aumento de 10% no risco de Parkinson em idosos que vivem nas áreas mais contaminadas.

O TCE é amplamente utilizado em desengorduramento de metais, indústrias de limpeza a seco e fabricação de plásticos.
Apesar de já ter sido proibido para alguns usos nos Estados Unidos, a substância continua presente no ar, no solo e na água em regiões industriais — um cenário que também preocupa países como o Brasil, que possuem polos industriais e áreas de risco de contaminação.

O estudo foi publicado na revista científica Neurology.

O que a pesquisa revelou

A análise envolveu mais de 1,1 milhão de pessoas acima de 67 anos nos EUA, usando dados do Medicare (sistema de saúde americano) e registros ambientais de poluição do ar.
Entre 2016 e 2018, os cientistas identificaram mais de 221 mil casos novos de Parkinson e cruzaram os dados com os níveis de TCE no ambiente onde os participantes viviam.

A conclusão foi clara:

  • Idosos que moravam em regiões com os maiores índices de TCE no ar apresentaram risco 10% maior de desenvolver Parkinson em comparação aos que viviam em áreas menos expostas.
  • O risco foi ainda mais evidente para quem morava próximo a grandes instalações industriais emissoras de TCE.

“Embora o aumento individual de risco seja modesto, a grande quantidade de pessoas expostas significa que o impacto em saúde pública pode ser significativo”, alerta Brittany Krzyzanowski, autora principal do estudo.

Por que esse tema também importa para o Brasil

No Brasil, a presença de solventes industriais no ar e na água é uma preocupação crescente em regiões com fábricas metalúrgicas, indústrias químicas e antigas áreas de lavanderias industriais.
A falta de monitoramento sistemático e a desigualdade no acesso a saneamento e saúde podem tornar populações locais mais vulneráveis.

A descoberta reforça a necessidade de políticas de fiscalização ambiental mais rigorosas e vigilância sobre locais com histórico de contaminação química.

Entenda o tricloroetileno (TCE)

  • É um solvente industrial usado por décadas para limpeza de peças metálicas, tintas e tecidos;
  • É persistente no ambiente, permanecendo no ar, solo e água por anos;
  • A exposição prolongada pode ocorrer por meio do ar, da água contaminada ou de ambientes de trabalho industriais;
  • O estudo não prova que o TCE causa Parkinson, mas aponta forte associação entre exposição e risco aumentado.

Prevenção: o que podemos fazer

Embora nem sempre seja possível controlar a poluição do ar de forma individual, algumas ações podem ajudar:

  • Apoiar políticas ambientais que exijam controle e redução de poluentes industriais;
  • Evitar contato direto com produtos que contenham solventes químicos, especialmente em ambientes de trabalho;
  • Cobrar monitoramento ambiental e transparência em regiões industriais;
  • Manter hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de exercícios, que fortalecem a saúde cerebral.

⚠️ Atenção: O estudo não estabelece causa direta, mas acrescenta evidências de que fatores ambientais, somados à predisposição genética, podem aumentar o risco de Parkinson.
A prevenção inclui cobrar políticas públicas e reduzir exposições ambientais desnecessárias.

Fonte: American Academy of Neurology. Estudo publicado na revista Neurology (2025; DOI: 10.1212/WNL.0000000000214174).

Imagem própria: SAAUDEE.COM

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